Foi o recurso ao crédito que permitiu que os consumidores americanos continuassem a gerar o crescimento económico ao longo das décadas que conduziram à crise financeira de 2008. (…) Aquilo que distingue as economias de sucesso é a duração dos ciclos de crescimento. Os economistas descobriram que quanto maior é a desigualdade, mais curtos são os períodos de crescimento económico.

As decisões de investimento que os empresários fazem são muitíssimo influenciadas tanto pelo ambiente económico do momento como pelo panorama de curto prazo. Isto é, uma procura de consumo morna hoje pode estar a roubar a nossa prosperidade futura.

Para qualquer negócio racional, a adoção de tecnologia redutora de mão de obra vai inevitavelmente mostrar-se irresistível. Para mudar isso seria preciso mais do que um apelo para os engenheiros e designers: exigiria a modificação dos incentivos básicos existentes na economia de mercado.

O nosso receio de que acabaremos com demasiados passageiros a bordo do vagão da economia, e muito poucos para o puxar, devia ser revisto à medida que as máquinas se mostrarem capazes de o puxarem.

A economia de mercado começou a ajustar-se à realidade das alterações climáticas; nas áreas mais vulneráveis, os seguros contra inundações aumentaram de custo ou ficaram até completamente indisponíveis.

Os trabalhos de rotina são eliminados por razões económicas durante uma recessão, mas depois as organizações descobrem que a tecnologia da informação em constante progresso lhes permite operar com sucesso sem voltarem a contratar os trabalhadores quando a retoma de inicia.

A automatização do colarinho branco irá traduzir-se em grande medida em histórias de consultores de tecnologia da informação a caírem sobre grandes organizações e a construírem sistemas completamente personalizados com o potencial de revolucionar a maneira como funciona o negócio, enquanto ao mesmo tempo eliminam a necessidade de centenas ou até milhares de trabalhadores de elevada qualidade.

A economia liberal que nos deu o super-capitalismo, a concorrência desenfreada, a amoralidade económica, o trabalho mercadoria, o desemprego de milhões de homens, morreu já. Receio apenas que, em violenta reacção contra os seus excessos, vamos cair noutros que não seriam socialmente melhores.

A economia americana precisa de criar algo na ordem de um milhão de empregos por ano apenas para fazer face ao crescimento da população. (…) Uma das ideias fundamentais mais infiltrada na ética americana – a convicção de que qualquer um pode triunfar pelo trabalho árduo e pela perseverança – tem realmente pouca expressão na realidade estatística.

Para quem procura uma carreira que seja relativamente imune à automatização, uma profissão qualificada em cuidados de saúde que exija interação com pacientes continua a ser uma excelente aposta.